Em 1994 participei no Congresso da IOF em Varna - Bulgária, em representação da FPO. Num dos dias, em conversa com o representante da federação Romena, foi por ele sugerido que seria interessante criar uma competição entre os países Latinos. A ideia pareceu-me boa e rapidamente juntámos os representantes da França, Itália (Livio) e Espanha (Eusébio Garcia), para discutir essa possibilidade. Foi uma reunião complicada em termos linguísticos, já que o romeno, para além da sua língua, só falava francês, e os restantes para além das línguas respectivas só tinham um fraco domínio do inglês. Modéstia à parte acabei por assumir um papel relevante de multi-tradução, já que sou fluente em inglês e espanhol, domino razoavelmente o francês e ainda dou uns toques no italiano (típico desenrascanço português). Posteriormente a Bélgica também entrou para a TPL, e a competição foi também aberta aos países Latino-americanos.
Apesar da cacofonia linguística, a reunião acabou por ser muito produtiva, e para além de estruturarmos o modelo de competição, a constituição das equipas, ainda conseguimos alinhavar o calendário das 5 primeiras edições (definimos a sequência de países organizadores). Por uma questão lógica definimos o Francês como língua oficial, mas francamente reconheço que a língua dos francos acabou não resultar como língua franca, e na prática o inglês acaba por assumir naturalmente esse papel.
Nessa altura não tinha completa consciência, que tínhamos acabado de criar um evento que me reservava alguns momentos embaraçosos, que começaram logo em 1995, quando desafiados a entreter os participantes num sarau, decidimos cantar em plenos pulmões o "Às 4 da madrugada um passarinho cantou...", conforme a foto seguinte documenta (felizmente sem som).
Para não quebrar a tradição, em 1996 mantivemos o nível na participação em Itália, como a foto seguinte ilustra.
Suponho que a maior surpresa para muitos de vocês, será constatarem que o Carlos Lisboa (alguns de vocês nem o devem conhecer, mas já usaram muitos mapas impressos por ele - RGB Imagem), já foi atleta e integrou a Selecção Nacional. Na verdade fê-lo por duas vezes, já que também participou no Camp. Mundial de Juniores na Roménia. Aqui lembro-me que num dos dias estava na Arena e já a prova estava praticamente terminada, quando me apercebo dum burburinho atrás de mim. Voltei-me e vi o Carlos Lisboa a fazer um "slalom" na minha direcção, fintando os organizadores, para se vir queixar a mim que "os maus" já tinham retirado alguns pontos, não lhe permitindo terminar a prova.
Mas o pior ainda estava para vir... em 1998, quando a prova se realizou em Évora, elevámos a fasquia para níveis que são difíceis de superar.
Por esta altura estava já instituída a tradição das equipas apresentarem um espectáculo artístico para oferecer às restantes selecções. Não tendo preparado nada com antecedência, fomos confrontados com a necessidade de encontrar alguma solução de recurso. Penso que rapidamente concluímos que não éramos possuidores de nenhuns dotes artísticos relevantes, pelo que tivemos que apostar na nossa inquestionável mais-valia: a beleza!
Assim, decidimos apresentar uma passagem de modelos, em que eu assumi o papel de apresentador multilingue, que ia apresentando os vários modelos a desfile, que como podem verificar em nada ficam atrás duma ModaLisboa!
Há fotos de alguns modelos bem mais atrevidos (lembro-me de na altura eu próprio ter sido surpreendido com eles), mas que tive o bom senso de não os usar aqui (embora confesse que foi difícil resistir...).
Só a Emilia Silveira escapou a todo este "deboche", já que alegou uma indisposição para não desfilar.
Para não dizerem que é só desgraças refiro mais duas TPL.
Em 1999 a TPL decorreu em Espanha na Corunha, e o meu amigo Sousa não me iria perdoar se não fizesse aqui eco da sua brilhante prestação, ao se sagrar Campeão Latino e logo à frente do emergente Thierry Gueorgiou.
Em 2003 a TPL decorreu na França e embora não tenha estado presente, fui representado pela minha Maria, que fez na altura esta bela montagem de fotos.