Comentários

Estou à espera das vossas histórias!!!

Agora os comentários mais recentes ficam visíveis aqui ao lado. Os comentários a crónicas antigas já não ficam "perdidos" e todos sabemos o que isso custa...

Now the top chronicles will also be available in English. Look for the tag ENGLISH to see all of them. Have fun!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Give me a map and I’m magic!

Some years ago I've envied a sticker that a friend had in it's car with this phrase that I always liked a lot.

Having in it self some mysticism it's very meaningful and describes the essence of Orienteering - the map! All the rest is just a complementary accessory to this enchanted object.

The map is magic for it's achievement potential but also for the immeasurable amount of information that it contains.  If instead of using this pictorial way of representing the terrain we choose to write it in words it would take several volumes to host all the information included in a simple map.

It would be a cyclopic task to try to write down the complexity of an intricate terrain or a mazy of stones and rock faces of a mountain area with all the relations of direction/distance and respective height.

And all this information is available to the initiated in this witchery with a simple glance. There is no need to look for the correct page we just have to follow our thumb.

It's truly magic to be able to go strait to "that" stone in the middle of other thousands of identical ones!

It's sensorially magic to move in high speed in nature knowing exactly where we are on the map!

It's comfortingly magic to be at an unknown terrain and feel at home in the cosiness of the map!

It's meltingly magic to share the smile on a child’s face when she manages to match the map with the terrain!

If information is power each of us is a titan with a map on the hands and shiny eyes!

As a mapper I feel really privileged for being a builder of enchantments and I dare to go further and rephrase it to: Give me a blank paper and I'll give you magic!

O monstro de Pinho - Em breve numa prova perto de si!

domingo, 28 de agosto de 2011

Os sons da cartografia



Já me tenho várias vezes referido ao trabalho de cartógrafo com sendo solitário, o que no meu caso é um facto, mas isso não implica que ele seja silencioso. Pelo contrário as florestas têm muitos barulhos e nem todos são tão agradáveis como o chilrear dos passarinhos.

Para começar quero referir um "ruído" que é uma companhia constante e que é uma opção minha. Estou a falar da rádio, que escuto por um único auricular (com os dois sinto-me demasiado alheado do que me rodeia), que está normalmente sintonizado na Antena 3 e ocasionalmente na Antena 1. Esta minha companhia permite ajudar a passar o tempo e representa muitas vezes o único elo que mantenho com a civilização, que está completamente ausente à minha volta.

É claro que este ruído constante e auto-infligido já tem potenciado alguns sustos, quando se produz algum outro barulho perto de mim, quer seja a queda dum ramo, algum animal em fuga (aí curiosamente os coelhos são os mais assustadores, já que tentam passar despercebidos, só fugindo no último momento, mesmo debaixo dos meus pés) ou mesmo o frequente crepitar duma pinha a abrir.

Existem depois alguns sons artificiais, que fazem arrepiar o mais empedernido cartógrafo - as motosserras!

Essa máquina do Demo, que quando ruge numa área já cartografada prenuncia trabalho acrescido, seja porque um bosque se vai transformar numa clareira, seja porque um tronco já assinalado no mapa, se está a converter em lenha para a lareira.

Por razões óbvias este ruído é mais frequente em florestas de eucaliptos, mais usadas em mapas de O-BTT e muitas vezes falo com os madeireiros para saber o que vai ser cortado, permitindo-me assim cartografar clareiras por antecipação. Claro que nestes casos se verificam muitas vezes orquestras de motosserras e/ou de máquinas pesadas, que são autenticas devoradoras de florestas. O que é verdadeiramente imprevisível nestas situações, é em que estado irão ficar os caminhos após a extracção da madeira.

Embora com alguma sazonalidade e previsibilidade na sua ocorrência, existe um outro ruído que ainda consegue ser mais assustador e que justificava a atribuição de um subsídio de risco aos cartógrafos - os caçadores!

Aquilo que à primeira vista pode parecer uma apreciada companhia para combater a solidão, revela-se invariavelmente em momentos de pânico de ser confundido com algum coelho ou de ser apenas alvo de alguns chumbos perdidos. Nos dias de caça uso a minha roupa mais berrante e manifesto ruidosamente a minha presença sempre que tal se justifica.

Existe ainda um outro sector profissional com o qual me cruzo frequentemente - os pastores! 

Também eles são vítimas da solidão e raramente desperdiçam uma oportunidade de a combater, mesmo que isso signifique interpelar um alienígena, que se movimenta de forma estranha pelos pastos. Esses encontros são uma bênção também para mim, que aproveito para cavaquear um pouco e sacar algumas informações sobre os proprietários das áreas ou sobre algumas curiosidades locais. Como alguns destes encontros se vão repetindo ao longo dos dias por vezes estabeleço verdadeiras relações de camaradagem, apenas ao alcance que quem partilha as mesmas agruras diárias.

Entre os vários pastores com quem me tenho cruzado, não posso deixar de destacar um que encontrei em São Torpes, que interrompia as já de si desconexas conversas comigo, para interpelar directamente Deus, com o qual afirmava ter uma relação próxima e directa.

Um destes dias fui confrontado com um outro ruído que também se revelou assustador - um helicóptero de combate a incêndios!

Como devem calcular não é muito agradável estar numa floresta com um enorme potencial ígneo, sob um calor abrasador e saber que pode estar a lavrar um incêndio nas proximidades (com a agravante de ouvir falar dele na rádio). Admito que comecei logo a delinear planos alternativos de fuga, que no limite passaria por sacrificar o meu carro, parqueado a mais de um km. Nessa altura é o sentido do "faro" que assume uma maior preponderância...

PS: a quem interessar, informo que já recomeçou a época de caça!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Escrever para esquecer (parte I)

Após começar a escrever este Blog cheguei a uma conclusão deveras preocupante - a grande maioria das minhas estórias tem mais de 10 anos!

Só encontro duas possiveis explicações para este facto:

a) com a evolução da cartografia e da qualidade organizativa dos eventos, a Orientação está cada vez mais aborrecida e previsivel. Agora vamos para as provas, com uma relativa segurança que tudo irá decorrer como previsto e anunciado pelos organizadores. O improviso parece ter sido irradicado, o que diminui drásticamente o seu potencial estórico.

Mas como já referi existe uma outra possivel explicação, para a qual eu confesso estar mais inclinado:

b) posso ter esgotado a minha capacidade de memória e embora as estórias continuem a pulular ao meu redor, eu apenas não as consigo registar na memória.

Tanto a lógica com a lei das probabilidades pesam a favor desta segunda hipótese, pelo que acho que se impõe fazer uma limpeza do meu disco rigido, de forma a libertar espaço para novos registos.

Após algumas pesquisas descobri que estão a ser desenvolvidos estudos sobre formas de apagar memórias, mas eles estão ainda numa fase muito experimental e não quero correr o risco de me esquecer como se fazem os mapas...

Alguns de vocês estarão a sugerir o consumo de drogas ou alcool, mas não se esqueçam que tenho dois filhos, para os quais quero continuar a ser um exemplo positivo.

Após ponderada reflexão tomei uma decisão - vou escrever para esquecer!

Já aqui manifestei por diversas vezes desanimo pelo decrescente interesse que é manifestado por este Blog, que saiu claramente do estado de graça inicial (que saudades das dezenas de comentários babantes e dos mais de 100 leitores diários).

Confesso que ponderei seriamente parar, pois foi-me muito dificil o desmame das emoções desse período inicial (agora já consigo estar algumas horas sem vir aqui procurar um comentario inexistente), mas acabei por me decidir a continuar a escrever as estórias que me atravancam a memória, na esperança de assim as conseguir esquecer e libertar o correspondente espaço.

Fazendo um balanço preliminar, agora que já escrevi muitas delas, diria que não está a resultar pois continuo a experienciar um deserto estórico de actualidade. Mas eu sou pressistente (há quem prefira o termo teimoso) e sei que acabarei por conseguir desmemorizar-me.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Give me a map and I’m magic!

Há uns anos cobicei um autocolante com esta frase, que o Gino tinha no seu carro, pois achei-a simplesmente brilhante.

Encerrando em si mesma algum misticismo, é plena de significado e descreve a essência da Orientação - o mapa! Tudo o resto é apenas um complemento acessório deste objecto de encantamentos mil.

O mapa é mágico pelo potencial de realização que encerra, mas também pela incomensurável quantidade de informação que contém. Se em vez de usarmos esta forma pictórica de representação do terreno, usássemos a linguagem escrita, seriam precisos vários volumes para albergar toda a informação contida num singelo mapa.

Seria uma tarefa ciclópica tentar compilar por escrito, a complexidade dum relevo intrincado, ou o emaranhado de pedras e rochas duma área de montanha, incluindo todas as relações direcção/distância de todos os elementos e respectivas altitudes.

Acresce o facto de que toda essa informação está disponível num simples relance, aos iniciados nesta arte mística. Não precisamos de procurar a página certa, basta-nos seguir o nosso polegar.

É verdadeiramente mágico conseguirmos ir directos "àquela" pedra, no meio de milhares delas idênticas!

É sensorialmente mágico deslocarmo-nos em grande velocidade na natureza, sabendo sempre onde estamos no mapa!

É reconfortantemente mágico estar num local desconhecido e sentirmo-nos em casa no aconchego do mapa!

É enternecedoramente mágico partilhar o sorriso duma criança, quando consegue fazer corresponder o mapa ao terreno!

Se a informação é poder, cada um de nós é um titã, com um mapa nas mãos e um brilhozinho nos olhos!

Enquanto cartógrafo sinto-me verdadeiramente privilegiado por ser um construtor de encantamentos, e atrevo-me a ir ainda mais longe ao reformular a frase para:
Dêem-me uma folha em branco e eu dou-vos magia!

domingo, 14 de agosto de 2011

Paulo Franco medalhado!

Lamentavelmente esta foto já é antiga e a medalha é "apenas" de Campeão Nacional... espero que mesmo assim sirva de incentivo aos nossos representantes no WOC, para as restantes provas!

Sim... eu sei que foi um golpe baixo... mas na guerra e no amor das audiências vale tudo...

PS: este post insere-se numa campanha para conseguir que o meu blog tenha um espaço de destaque no OriOasis, já que ao estar nos "Top Blogs" só tenho duas mensagens em destaque. Na prática sempre que adiciono um novo artigo, estou a esconder um que ainda está fresquinho...

Eu estava lá quando foi eleito o Logo do POM.


Em 1997 foi lançado pela FPO um concurso para escolher o Logo, para ser estreado no POM-98 e depois também usado nas seguintes edições do evento.

Também neste caso fui incumbido de receber as propostas e de as preparar para serem submetidas à votação, mas ao contrário do que alguns estarão a pensar, desta vez optei por não apresentar qualquer proposta, apesar do sucesso obtido recentemente com o Logo da WorldCup.

De qualquer forma acabei por ter alguma influência no Logo vencedor, já que insisti junto do Armando Rodrigues para reformular um Logo que ele tinha apresentado para a WorldCup, que acabou por ser o vencedor do concurso e manter-se em uso até hoje.

Pois é... ao contrário do que muitos pensavam, aquele AR que aparece no Logo junto à baliza, não é Assembleia da República, mas tão-somente a assinatura do designer Armando Rodrigues!

Embora perdedor, quero também destacar um outro Logo a concurso, da autoria do nosso amigo Alexandre Shirinian que, cheio de simbolismo, segue claramente a escola soviética. Ele desenhou o Logo à mão (como fazia com todos os mapas) e depois eu desenhei-o em OCAD.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Estágio em Estarreja 199?


Esta foto é dos participantes num estágio que decorreu em Estarreja, mas não sei em que ano se realizou (como o Jorge Baltazar ainda tinha o cabelo preto, deve ter sido mesmo há muito tempo...). Grande parte destes jovens ainda andam por aqui, mas alguns também já merecem um "Onde raio param eles".

Confesso que já não me lembro de nada em particular dele, excepto que houve uma complicação com umas chamadas telefónicas, mas sobre esse assunto é melhor ser o Pedro Nogueira a falar.

Penso que foi neste Estágio que o Daniel Filipe (filho do Altino - Onde raio para ele???), embirrou com um ponto que estava numa colina e ele teimava em procurar numa depressão. A partir daí ele passou a ser conhecido por Colinas e depois ainda acabei por dar esse nome a um cão que tive...

Aproveito para fazer uma justa homenagem ao Stand Auto Moticristo de Mafra, que nos emprestou carrinhas sempre que tínhamos necessidade, sem qualquer custo (podem ver uma dessas carrinhas no lado esquerdo da foto).

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

ELF Authentique Adventure (parte 2)

Já publiquei aqui há algum tempo o relato da minha participação no ELF Authentique Adventure, que decorreu em 2000 no nordeste brasileiro. Nessa altura prometi que voltaria a esse tema, para vos contar algumas estórias dessa prova que durou 12 dias e teve uma extensão de 800km.

Na verdade a prova começou alguns meses antes, tentando gerar receitas através da organização de provas e garantindo os patrocínios necessários para viabilizar a participação, que estava orçamentada em mais de 2000 contos (10000 euros).

Foi também necessário proceder a treinos de selecção e preparação da equipa, tendo no meu caso servido também como teste para a minha entrada na equipa (fui convidado, juntamente com o Rui Rocha, a integrar este projecto, ainda sem fazer-mos parte da UTL Aventura). Fizemos inúmeros treinos das várias disciplinas incluídas na prova - equitação, kayakes, vela, BTT, corrida, actividades de cordas e a omnipresente orientação (no caso da equitação tive até aulas no CMEFD, onde tinha prestado serviço uns anos, sem nunca ter montado um cavalo). No final do período de treinos, cada um de nós fez uma avaliação dos restantes membros da equipa, ordenando-os pelo seu desempenho em cada uma das especialidades, permitindo assim definir a constituição da equipa (Alexandre G. Silva, Maria Amador, Rui Rocha e Luís Sérgio) e da assistência (Alice Silva, Diogo Rolo e Fátima Pereira).

Cada equipa tinha que dispor de todo o equipamento a usar na prova - equipamento individual de equitação, material de escalada incluindo capacetes e 2 cordas de 100m, equipamento de BTT e respectivas 5 bicicletas (1 de reserva), etc etc. Para além disso resolvemos levar também os kayakes (2 de 6,5 m, pintados com as cores de Portugal), que já tínhamos acordado vender a uma equipa brasileira no final da prova.

Como quem já passou por estas situações deve estar a suspeitar, viajar de avião com todo este equipamento revelou-se uma verdadeira aventura, que começou logo quando fomos informados pela TAP, que teríamos que pagar 600 contos (3000 euros) só para levar os kayakes. Este valor era completamente incomportável, pelo que tudo tentámos para o evitar, desde logo alegando que era o nosso equipamento individual e irmos em representação de Portugal. Como isso não resultou recorremos a todas as cunhas possíveis (eu pus o lóbi Comando em acção), mesmo assim sem qualquer sucesso.

Em desespero fomos à VARIG perguntar as condições para levarem os kayakes, tendo recebido em resposta um desconcertante: "tem problema não!" e que os nossos kayaques iriam sem qualquer custo. Assim, lá trocamos dois dos bilhetes que já tínhamos reservado da TAP para a VARIG, e o Diogo e a Fátima foram encarregues de os acompanhar. Bem, acompanhar é uma força de expressão, já que ao fazerem escala em São Paulo, eles tiveram que levantar toda a bagagem (incluindo os 2 kayakes de 6,5 m) e transportá-los para outro piso, onde voltaram a fazer o check-in, que incluiu passar os kayakes pelas máquinas de Raio x (eles estavam cheios com os coletes e outros equipamentos leves).

O mais irónico desta história é que a VARIG tinha um acordo de permuta com a TAP, que fez com que os kaykes acabassem por ir num avião da TAP, a custo zero...

Saltando por cima da prova, que também tem várias peripécias que vale a pena partilhar, vou já contar-vos as complicações para trazer o equipamento de volta para Portugal, nessa altura já sem os kayakes e sendo apenas 5, pois a Fátima e o Diogo optaram por ficar mais uns dias de férias.

Os problemas começaram logo no aeroporto de São Luís, pois uma vez que ia-mos fazer escala em São Paulo, para rumar definitivamente a Portugal (na verdade fizemos várias paragens até lá, qual bola de ping-pong, apenas com a vantagem de cada uma delas ser recompensada com mais comida), essa viagem era considerada nacional, pelo que cada um de nós só podia levar 20kg de bagagem em vez dos 60 dos voos internacionais, logo teríamos assim que pagar uma taxa proibitiva de excesso de bagagem. Depois de demoradas negociações baseadas no argumento que não queríamos ir para São Paulo mas sim para Portugal, assim na prática aquele era um voo internacional, lá conseguimos permissão para levarmos os 60kg/pessoa. Mesmo assim ainda tivemos que pagar um excesso de bagagem, pois levávamos mais de 300kg (sem contar com as bagagens de mão onde iam os "ferros" todos)!!!

Em São Paulo tivemos que levantar toda a bagagem e proceder a novo check-in, e sim... já adivinharam, tivemos novamente problemas, neste caso não com o peso, mas sim com o número de volumes, uma vez que cada pessoa só podia levar dois e nós os 5 tínhamos 15. Nessa altura já tinha reparado com imensa surpresa, que o funcionário que nos estava a atender no balcão tinha um mini crachá dos Comandos portugueses no bolso da camisa, pelo que para satisfazer a minha curiosidade e na expectativa de poder capitalizar esse facto, perguntei-lhe porque o usava. Explicou-me que o pai era português e que tinha servido nos Comandos em África (imagino que se o filho usa uma miniatura do crachá, o pai deve tê-lo tatuado no braço, logo acima do "amor de mãe").

Estendendo os tentáculos do polvo Comando além Atlântico, informei que também era Comando, mandando logo um grande abraço para o senhor seu pai e meu camarada. Tendo conquistado um aliado, perguntei se havia alguma forma de podermos contornar esta questão, ao que ele respondeu nada poder fazer, mas que podíamos colocar o problema à sua superior. Lá fomos falar com ela, que também disse nada poder fazer, mas que podíamos ir falar com o chefe do check-in. Também este se manifestou impotente para solucionar o caso, mas telefonou ao administrador (não sei do quê...), que nos pediu para irmos ao seu gabinete.

Mais uma vez apresentei o nosso pleito, tendo ele se manifestado muito interessado, mas disse que não podia desrespeitar as regras e acrescentou que quando muito poderíamos juntar alguns volumes. Percebi logo que estava ali a solução e agradeci a gentileza. Assim que saímos do gabinete pedi ao meu compincha se me arranjava fita adesiva, o que ele tratou logo de "arrumar".

E foi assim que, numa espécie de milagre da multiplicação invertido, os 15 volumes passaram a 10 e pudemos fazer o check-in sem custos adicionais! Como sempre acontece, também neste caso quem se lixou foi o mexilhão, entenda-se o bagageiro, que com os seus imponentes 1,60 metros teve que carregar três caixas de BTT juntas e mais alguns pares de sacos já individualmente volumosos e pesados.

Passados uns dias de estarmos em Portugal, alguns de nós descobrimos que tínhamos trazido uma "bagagem" adicional nos pés, mas essa estória "tipo Alien", fica para outro relato...

 


terça-feira, 2 de agosto de 2011

I Congresso Nacional de Orientação - 1994



Em Dezembro de 1994, a FPO organizou o seu primeiro Congresso Nacional, que decorreu no Centro de Estágios da Cruz Quebrada.

Junto podem ver o programa do Congresso com os temas abordados neste Congresso, o ofício de convite aos Clubes e Associações e algumas fotos.

Como é tradição na nossa modalidade, também neste Congresso foi organizado um evento informal de Orientação no mapa Jamor, destinado aos congressistas. Já não sei se fui que planeei os percursos, mas lembro-me de ter colocado os pontos no terreno (aqui neste desterro não tenho o mapa do Jamor, mas assumo já o compromisso de o publicar em breve).

Dos vários participantes na prova, terá sido a Ana Dominguez que ficou com uma recordação mais profunda dela, já que foi atacada por um cão e teve que ser assistida no hospital. O cão era na verdade uma cadela que tinha tido crias numa toca na floresta.

Quando estava a colocar os pontos passei junto à cadela, mas nessa altura ela nem me ladrou. Suponho que  depois foi ficando cada vez mais zangada com a passagem dos atletas em corrida e acabou por eleger a Ana com alvo (seguramente ela tinha mais chicha que eu nessa altura).

Já agora aproveito para partilhar a minha técnica para lidar com os cães, que até agora tem dado resultado (só fui mordido uma vez, por uma amostra de cão em Monsanto, mas apenas porque o ignorei quando me ladrou e continuei a correr. Resultado, um buraquinho no gémeo e uma cratera no meu ego): se um cão me ladra eu páro e enfrento-o com a maior tranquilidade possível. Esta reacção (ou ausência dela) deixa sempre os cães confusos e invariavelmente param surpreendidos. Por norma depois ainda tento fazer amizade com eles, normalmente com sucesso, pelo que fico com uma companhia por algum tempo.

O encontro imediato em que cheguei a duvidar do sucesso desta técnica foi com um Serra da Estrela e aconteceu em Alcaínça - Mafra. Nesta caso o cão veio na minha direcção a ladrar furiosamente e só parou a um escasso metro de mim, ficando a arreganhar-me os dentes durante o que me pareceu uma eternidade. Finalmente lá se acalmou (e eu também) e acabou por me seguir durante o resto da manhã, como um cachorrinho.

Atenção que ao vos falar nesta estratégia, não estou de forma alguma a sugerir que a apliquem e desde já declino qualquer responsabilidade nos danos que possam vir a sofrer em consequência disso.