Comentários

Estou à espera das vossas histórias!!!

Agora os comentários mais recentes ficam visíveis aqui ao lado. Os comentários a crónicas antigas já não ficam "perdidos" e todos sabemos o que isso custa...

Now the top chronicles will also be available in English. Look for the tag ENGLISH to see all of them. Have fun!

quarta-feira, 23 de março de 2011

TPL - Taça dos países Latinos


Em 1994 participei no Congresso da IOF em Varna - Bulgária, em representação da FPO. Num dos dias, em conversa com o representante da federação Romena, foi por ele sugerido que seria interessante criar uma competição entre os países Latinos. A ideia pareceu-me boa e rapidamente juntámos os representantes da França, Itália (Livio) e Espanha (Eusébio Garcia), para discutir essa possibilidade. Foi uma reunião complicada em termos linguísticos, já que o romeno, para além da sua língua, só falava francês, e os restantes para além das línguas respectivas só tinham um fraco domínio do inglês. Modéstia à parte acabei por assumir um papel relevante de multi-tradução, já que sou fluente em inglês e espanhol, domino razoavelmente o francês e ainda dou uns toques no italiano (típico desenrascanço português). Posteriormente a Bélgica também entrou para a TPL, e a competição foi também aberta aos países Latino-americanos.

Apesar da cacofonia linguística, a reunião acabou por ser muito produtiva, e para além de estruturarmos o modelo de competição, a constituição das equipas, ainda conseguimos alinhavar o calendário das 5 primeiras edições (definimos a sequência de países organizadores). Por uma questão lógica definimos o Francês como língua oficial, mas francamente reconheço que a língua dos francos acabou não resultar como língua franca, e na prática o inglês acaba por assumir naturalmente esse papel.

Nessa altura não tinha completa consciência, que tínhamos acabado de criar um evento  que me reservava alguns momentos embaraçosos, que começaram logo em 1995, quando desafiados a entreter os participantes num sarau, decidimos cantar em plenos pulmões o "Às 4 da madrugada um passarinho cantou...", conforme a foto seguinte documenta (felizmente sem som).


Para não quebrar a tradição, em 1996 mantivemos o nível na participação em Itália, como a foto seguinte ilustra.


Suponho que a maior surpresa para muitos de vocês, será constatarem que o Carlos Lisboa (alguns de vocês nem o devem conhecer, mas já usaram muitos mapas impressos por ele - RGB Imagem), já foi atleta e integrou a Selecção Nacional. Na verdade fê-lo por duas vezes, já que também participou no Camp. Mundial de Juniores na Roménia. Aqui lembro-me que num dos dias estava na Arena e já a prova estava praticamente terminada, quando me apercebo dum burburinho atrás de mim. Voltei-me e vi o Carlos Lisboa a fazer um "slalom" na minha direcção, fintando os organizadores, para se vir queixar a mim que "os maus" já tinham retirado alguns pontos, não lhe permitindo terminar a prova.

Mas o pior ainda estava para vir... em 1998, quando a prova se realizou em Évora, elevámos a fasquia para níveis que são difíceis de superar.


Por esta altura estava já instituída a tradição das equipas apresentarem um espectáculo artístico para oferecer às restantes selecções. Não tendo preparado nada com antecedência, fomos confrontados com a necessidade de encontrar alguma solução de recurso. Penso que rapidamente concluímos que não éramos possuidores de nenhuns dotes artísticos relevantes, pelo que tivemos que apostar na nossa inquestionável mais-valia: a beleza! 

Assim, decidimos apresentar uma passagem de modelos, em que eu assumi o papel de apresentador multilingue, que ia apresentando os vários modelos a desfile, que como podem verificar em nada ficam atrás duma ModaLisboa!


Há fotos de alguns modelos bem mais atrevidos (lembro-me de na altura eu próprio ter sido surpreendido com eles), mas que tive o bom senso de não os usar aqui (embora confesse que foi difícil resistir...).
Só a Emilia Silveira escapou a todo este "deboche", já que alegou uma indisposição para não desfilar.

Para não dizerem que é só desgraças refiro mais duas TPL.

Em 1999 a TPL decorreu em Espanha na Corunha, e o meu amigo Sousa não me iria perdoar se não fizesse aqui eco da sua brilhante prestação, ao se sagrar Campeão Latino e logo à frente do emergente Thierry Gueorgiou.


Em 2003 a TPL decorreu na França e embora não tenha estado presente, fui representado pela minha Maria, que fez na altura esta bela montagem de fotos.

terça-feira, 15 de março de 2011

MIA 2011 - The flying Madeirense!


Houve quem questionasse o interesse em ter o 200 imediatamente antes do riacho, no Meeting de Arraiolos. As fotografias que isso proporcionou penso que justificam essa opção, embora fosse possível ter o ponto no mesmo local, mas permitir que os áqua-fóbicos pudessem procurar uma passagem a seco legalmente (bastava abrir um dos lados do inicio do funil e todos ficariam contentes).

No entanto alguns atletas demonstraram que era possível passar o riacho sem se molhar, como a sequência de fotos do Sidónio Freitas prova. Claro que isso implicou tomar balanço e o tempo do sprint final acabou por não ser famoso (28 seg. o mais rápido fez 17!), pelo que fica claro que não foi uma opção eficiente... embora espectacular!

Claro que houve quem usasse outras técnicas, como foi o caso do Paulo Santos - CIMO. Mais uma vez a eficácia foi sacrificada em prol da espectacularidade...

sábado, 12 de março de 2011

Frases e pensamentos recorrentes na Orientação!

Para completar este artigo vou precisar da vossa ajuda!
Decerto que todos vocês já escutaram comentários interessantes e devem ter "um amigo" que já pensou umas bacoradas, que podem partilhar aqui.
Enviem comentários, que eu vou acrescentando no texto.

Antes da prova:
“Tive um problema no joelho e não tenho treinado nada!”
“Hoje vou devagar e aproveitar para fazer um treino!”
“Boa sorte!”
"Vai com calma, que se não pastares ganhas isto hoje" (P. Franco)
"Isto hoje não é para mim, é só correr" (P. Franco)
"Queres que espere por ti no triângulo?" (Nelson)
"..."

Durante a prova:
"Fonix, ainda nem cheguei ao primeiro ponto e já vou a passo!"
"Treta de cartógrafo... não percebe nada disto!"
“Viste o 103?”
“Vai, força!”
"Porra, até a bússola está contra mim... eu sei que não é para aí!"
“0 64 está ali atrás!”
“Sabes onde estamos?”
“Deixa-me ver onde é este ponto!"
&£#@$%!!!"
"Este gajo não desgruda!" (P. Franco)
Atrás deste não me aguento, daqui a nada estou a rebentar!" (P. Franco)
"Até parecia que eu estava parado (depois de um nórdico passar por mim a todo o vapor)" (Nelson)
"..."

Depois da prova:
“Ia a fazer uma prova espectacular, mas perdi imenso tempo no ponto 10!”
“Se não tivesse perdido aquele tempo no ponto 5, tinha ficado em primeiro!”
“Devo ter passado mesmo ao lado do ponto, mas não o vi!”
“Batia tudo certo, o caminho, a vedação… e afinal tinha saído na direcção oposta.”
“A partir do ponto 11 comecei a ter cãibras e arrastei-me até ao fim!”
"Se não fosse os 2 min que perdi para contornar a manada de vacas, ficava em primeiro!" (P. Franco)
"Se hoje não estivesse a chover, se o sol não brilhasse tanto, se não fizesse um calor dos diabos, se não estivesse um frio de rachar, se a minha bicicleta tivesse motor, se a lama não fosse tão espessa e se as pedras não escorregassem tanto a subir e a descer... e se a Luísa, a Fernanda e a Paula não tivessem vindo, eu tinha ganho de certeza!" (Margarida Novo)
"Que #$&#$&# de mapa é este??" (Nelson)
"..."

Puxando a brasa à minha palhacinha!

Meeting de Arraiolos 2011

quarta-feira, 9 de março de 2011

POM - Orgulho de ser português!

Aproveito estas sequências de fotos para prestar a minha homenagem ao GD4Caminhos, por mais esta excelente organização!

 
José Grada, 71 anos de fazer inveja a muito boa gente!

O José Grada foi o português mais idoso a participar no POM e classificou-se em 16º lugar na geral (H70). É uma presença assídua nas nossas provas, patenteando uma jovialidade que a todos cativa.
Não só pela idade, mas também pela sua postura, ele é de facto um exemplo na Orientação e por isso merecedor desta distinção!

 Tiago Aires, 13º classificado na Super Elite.

 Diogo Miguel, 20º classificado na Super Elite.

 "Ao passar a ribeirinha, pus o pé..."

CINCO DIAS PERDIDO NA SUÉCIA

Estou certo que muitos dos participantes no POM se identificam com algumas das angustias descritas pelo Manel de forma soberba, pelo que não resisti a recuperar agora este seu texto, apesar dele já ter uns aninhos.

Por Manuel Dias

O- Ringen 97, Vasterbotten, 21 a 25 de Julho

Demorei 6h 51m 24s para fazer os “cinco dias da Suécia”. Quase metade desse tempo andei literalmente perdido, mas foi uma festa. A começar pela cerimónia de abertura, onde desfilei com a bandeira nacional. A Rosário e eu éramos os únicos portugueses presentes; ela transportou a placa com o nome do país.

A dificuldade dos mapas escandinavos (do terreno, quero eu dizer) já se me apresentara na Finlândia, onde participei nas duas primeiras provas do FIN 5, mas foi na Suécia que me apercebi da exacta dimensão da «tragédia».

Caminhos, quase nem vê-los e, quando existiam, eram passados na perpendicular. Dos 47 pontos que tive de marcar (não contando os últimos, a preceder o balizado para a meta), 28 foram pedras. «Que bom», pensam vocês. «Que quebra – cabeças!», garanto-vos eu. Porque os mapas estão cheios de pedras e o terreno ainda mais. E há pedras que são apenas pedras, e pedras que são falésias, e pedras que são montes de pedras, e pedras que não sei o que são. Dá para perceber? Ainda bem que não dá. O melhor é irem lá ver. Se possível, com a mesma disposição com que eu fui: «Vim de férias», estou aqui para me divertir”.

Da temporada nacional do ano passado, deixei registadas na minha agenda 13 provas com tempos e distâncias. Andamento médio: 8,52/Km. Na Suécia: 15,48/Km. Não tenho espaço para explicar, peço que acreditem: foi uma curte!

A edição deste ano foi a menos participada desde 1977. Éramos 11 mil. O record continua a pertencer a 1985, com 23 mil.

A preparação de cada O-Ringen dura cinco anos. A organização do ano 2002 foi eleita do decorrer da prova deste ano: Vastergotland, Karsborg. Ao longo desse quinquénio são, a diferentes níveis de envolvimento, requisitados os serviços de 3500 pessoas. Nos dias da prova, o «staff» é de 900.
Na hora da verdade é quase impossível algo correr mal. Os concorrentes estavam distribuídos por 108 categorias (escalões e subescalões), com seis locais de partida, todos os dia. Junto de cada partida, funcionava uma mesa para os cartões de controlo dos retardatários. Nunca vi ninguém dirigir-se lá. Toda a gente sai na sua hora, inclusive no último dia em que há partidas cada 15 segundos.

A distância da concentração (chegada) ao local da partida variou entre 550 e 4500 metros. Sinalização inequívoca, abastecimentos de água, sacos para recolha de lixo, vários WC. Aconteceu-me chegar à partida duas horas antes de sair. Que espectáculo! Os vários tipos de aquecimento, gente que se reencontra, exercícios, concentração, nervosismo (pouco), os equipamentos, a última consulta ao programa de 200 páginas pendurado no tronco de um pinheiro, senta, levanta, limpa os óculos, confirma a hora no peitoral, um que sorri, outro que está sério. No meio de tanta gente, descobri que o Dragan (o amigo Jugoslavo) sai quatro minutos antes de mim é uma fonte de alegria, «boa sorte!», «boa sorte!».

Mas o festival a sério é na chegada. Um Woodstock sem «inconveniências». Centenas e centenas de bandeiras. Cor, agitação, relva, merendas, banquinhos, esteiras, bebidas isotónicas, pés ligados, caneleiras a meia haste, de pé, sentados, gritando junto ao funil, velhos, novos, bonitas, outras ainda mais bonitas. E , no meio desta babel, poder procurar uma sombra, deixar em fundo o bruá geral e mergulhar nos «Cuadernos da Patagónia» que o Hector trouxe da Argentina e fez o favor de me emprestar esta manhã.

Assistir à chegada do mítico Karl-Victor Ahokainen, com os seus 92 anos, e do campeoníssimo Jorgem Martensson, que fez a proeza de, ao cabo de cinco dias, levar apenas uma vantagem de 13 segundos sobre Lars Holmqvist.

- Alguém conhece outro desporto assim?

- Eu não conheço! Ao longo de cinco dias cumpriram mais de 37Km, correram sem se ver, escolheram os itinerários que lhes apeteceu, andaram o que as pernas e a cabeça deixaram e, no final, 13 segundos! Eh pá, eu quero andar nisto até aos 92 anos!