Comentários

Estou à espera das vossas histórias!!!

Agora os comentários mais recentes ficam visíveis aqui ao lado. Os comentários a crónicas antigas já não ficam "perdidos" e todos sabemos o que isso custa...

Now the top chronicles will also be available in English. Look for the tag ENGLISH to see all of them. Have fun!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Onde raio pára o Chino Koji

Com esta crónica vou dar inicio a uma nova rubrica designada por "Onde raio pára o (a)", que como penso ser perceptível pelo nome, pretende relembrar alguns companheiros da Orientação, que por alguma razão se afastaram de modalidade e quem sabe assim conseguir que regressem.

Inicio esta rubrica com o Chino Koji (de branco na foto), japonês que no inicio da década de 90 era presença regular nas nossas provas. Personagem muito simpática e querida de todos nós, era possuidor dum sorriso constante e nada poupado nas vénias. Lembro-me que quando regressou ao Japão teve a gentileza de me oferecer um bonito porta-cartas para fixar na parede, que ainda guardo.

Esta foto é da entrega de prémios duma prova em Aveiro (organização da Anort) seguramente numa das Gafanhas (que na altura eram um dos centros da Orientação Nacional), e para além de mim, estão também presentes o Paulo Alípio e o Alcobia Ribeira (também ele desaparecido da Orientação...). 

Ah.... esperem. Parece que falta alguém na foto! Sim.. claro, já me lembrei. Falta o Joaquim Sousa, que até hoje ainda não recuperou do trauma de ficar sistematicamente fora do pódio, para dar lugar ao Chino, sempre que ele estava presente. 
Aliás.. agora que penso nisso será que o Ti Quim teve alguma coisa a haver com o desaparecimento do Chino???

Se alguém souber do paradeiro do Chino Koji, agradeço notícias!

Curvas de Nível Mestras - Soluções

A solução para o desafio das Curvas de Nível Mestras é 35, como podem verificar na solução acima. Só tive três respostas a este desafio, que merecem o devido destaque:

António Aires
Luís Leite
Rafael Miguel

Por uma questão de delicadeza para com o nosso DTN, não irei indicar os resultados obtidos, informando apenas que dois deles acertaram na totalidade.

Obrigado pela participação.  Em breve lanço aqui outro desafio!

sábado, 25 de dezembro de 2010

Aviso aos navegantes

Esta ainda consegui erguer...
Antes de mais tenho que agradecer os elogios que recebi, em particular pelo artigo “Orientação – Desporto com pés e cabeça”. Destaco que alguns foram feitos por verdadeiros Senhores da nossa modalidade, o que me deixou deveras embevecido (entre os comentadores destacam-se dois ex-Presidentes da FPO… ah! mais um cromo e teria acabado pela primeira vez uma caderneta!).

O Gino referiu o meu humor como sendo inteligente e irónico, mas eu atrevo-me a dizer que ele está errado. Não, não… na parte do inteligente, ele está certo. É quanto ao irónico que acho que fica um pouco aquém da realidade. Hoje dei por mim a tentar classificar o meu humor e ocorreram-me dois adjectivos: sarcástico e cáustico. Ao mesmo tempo estava a debater-me com outro dilema: como marcar no mapa uma pedra, que era comprida. O facto de eu estar a resolver dois problemas ao mesmo tempo vem desde logo deitar por terra, o argumento sexista que os homens são monotarefa! Claro… também é possível que eu tenha um lado feminino muito desenvolvido. Ah… parem com isso! Já tenho dois filhos! Sim, sim… e nenhum deles é preto.

Voltando ao assunto da pedra, tinha duas hipóteses: a pinta preta (pedra) ou marcar como falésia. Este dilema é recorrente em terrenos rochosos e parece que não há uma solução que seja completamente satisfatória. É de facto uma pedra, mas também forma uma falésia por ser longa. Na busca de soluções, confesso que me passou pela cabeça que se conseguisse colocá-la na vertical, o meu problema estaria resolvido. Pedra! Mas para isso precisava de um pouco mais de força. Aliás, acho que foi um colega meu da pré-história, que confrontado com dilema idêntico, o resolveu colocando-a na vertical… foi assim que nasceram os menires! É sabido que eles tinham muito mais força que nós.

Ah, não se riam! Não seria a primeira vez que eu passava duma cartografia de influência para uma cartografia de intervenção! No passado já me debati com um dilema idêntico com um tronco, que embora fosse pequeno, estava isolado e por isso era bem distinto. Que fazer? Ignorar ou marcar com um xis ou uma pinta verde? Não se iludam… embora o tronco esteja seco, não deixa de ser um elemento especial de vegetação. Pensei, pensei e cheguei a uma solução! Nesse caso bastaram uns abanões e adeus tronco… (mais um vez há uma lenda para os lados de Estarreja, sobre cavarem um buraco… mas acho que isso será tema duma crónica, um dia mais tarde).

Eu sei, estou sempre a dispersar-me. A conclusão da história das pedras, é que também me passou pela cabeça que podia criar um símbolo novo para estas situações, mas claro que a IOF não permite isso. Daí a concluir que sendo o Blog meu, estou livre para criar palavras novas foi apenas um passo. Então fica assente, o meu humor é Sarcáustico! Deixo para vocês a decisão sobre se ele se encontra entre os dois termos base, ou se é um somatório deles.

Depois deste breve interlúdio voltemos ao tema título da crónica: o aviso!

Comecei este Blog com o objectivo modesto de partilhar algumas histórias que me foram acontecendo nestes 20 anos de prática, mas receio que tenha despertado um Blogger, que nem sabia que tinha dentro de mim. Agora dou por mim a pensar em temas para partilhar e mesmo a escrever crónicas mentalmente. Parece que depois de 20 anos voltei a ser picado por outro bicho. Isto deixa-me um pouco apreensivo, desde logo porque se continuar a escrever a este ritmo, rapidamente ficarei sem histórias para contar e por outro lado esta ânsia de contar histórias, pode me levar a contar algumas mais escabrosas (curiosamente algumas dessas são bem recentes), o que me poderia trazer algumas contrariedades, que eu dispenso.

Quero que fique claro que as opiniões aqui expressas são exclusivamente minhas (bem... acho que algumas delas nem minhas serão) e que pelo facto de sofrer de intolerância crónica por injustiças e prepotências (também essas decorrem debaixo dos nossos pés), é natural que não consiga cumprir o "acordo" unilateral que assumi como Margarido - "deixar as polémicas para o Orientovar".
Esclareço que não pretendo que este blog tenha uma vertente jornalística. Para isso já temos o Orientovar que faz um trabalho soberbo! Por outro lado, embora vá tentar que ele seja o mais isento possível, decerto que nem sempre terei sucesso nesse objectivo, desde logo porque sou um profissional da cartografia e não tenho qualquer interesse em criar embaraços a potenciais patrões (que são todos vocês), mas também estou certo que por vezes não irei resistir a ter um papel mais activo na Orientação nacional.

Como não quero que o meu blog seja apelidado de Orileaks, venho deixar bem claro que todos vocês são potenciais dadores de temas, para alimentar a minha voracidade bloggista! Assim sinto-me na obrigação de vos dar a possibilidade de se declararem objectores (na ausência de impresso apropriado, basta que me enviem um e-mail). Muito provavelmente isso não irá impedir a doação, mas pelo menos pensarei duas vezes antes de os nomear.

Espero que se divirtam com as próximas histórias (se eu as conseguir escrever) e que se mantenham fiéis leitores deste blog.

PS: Um dia destes terão oportunidade de conferir qual a solução encontrada para a pedra!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Ainda sou do tempo em que era um praticante de Orientação!

(Para não ficar atrás do Orientovar, também eu irei criar algumas rubricas, às quais voltarei regularmente. Vou abrir estes espaços com a rubrica “Ainda sou do tempo em que:”. )

Ainda sou do tempo das fotos a preto e branco!
Durante mais de 15 anos fui um orgulhoso praticante de Orientação! 

Mas isso estava prestes a mudar. Sem qualquer aviso prévio, num dia que amanheceu igual a tantos outros, todo o meu mundo foi virado de pernas para o ar. Como decerto já adivinharam estou a falar do dia fatídico e amaldiçoado para todo sempre, em que por "decreto" passámos a ser Orientistas! Esse foi talvez o dia mais trágico na minha carreira desportiva. Um choque destes deveria ter sido preparado com antecedência e não ser assim arremessado de chofre contra um pobre praticante incauto. Ainda hoje me arrepio só de lembrar esse dia macabro e continuo sem conseguir assimilar tamanha mudança. 

Cada vez essa palavra é mais utilizada e começo a sentir-me um alienado no desporto da minha vida. A minha desgraça é ainda maior por nem sequer poder contar com o apoio duma organização do tipo PA (Praticantes Anónimos), pelo que me sinto completamente desamparado. Tanto quanto sei sou o único praticante a padecer desta maleita e essa solidão dói.

Embora não tenha outra alternativa melhor (também acho que ser praticante de Orientação é muito complicado), tenho dificuldade em assumir algo que me foi imposto, sem que tivesse sido consultado antes. Hoje consegui pela primeira vez escrever essa palavra (não consigo repetir  de novo, mas refiro-me é claro à palavra que começa por "Orient" e termina em "ista"), o que pode ter sido o primeiro passo para a minha recuperação. Acho que pode ainda haver esperança para mim.


O meu único consolo é que o Bill (Gates) está do meu lado e também diz que essa palavra é um erro!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Escaravelho a empurrar bosta

Este vídeo digno do National Geografic, foi realizado em Sesimbra. Estas cenas decorrem debaixo dos nossos pés... nós é que só olhamos para o mapa.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Orientação - Desporto com pés e cabeça?

André... mais um viciado!
Na generalidade dos desportos quando os Deuses são generosos os atletas sorriem e agradecem à Dona Sorte. Na Orientação não! Os praticantes de Orientação ficam fulos se sentem que a sorte teve influência no seu sucesso. As regras internacionais referem explicitamente que os percursos de Orientação têm que ser desenhados de forma a testar as capacidades dos atletas e não a sua sorte!! N verdade nós nem sabemos quem culpar pela existência deste desporto idiota. Os Noruegueses e Suecos reclamam ter inventado a Orientação - a bela arte de nos perdermos (na verdade acho que não passa duma estratégia para nenhum deles assumir as culpas).

Quase todos os fins de semana algumas centenas de pessoas juntam-se, algures no país, com o objectivo de ficarem perdidos, ou pelo menos ligeiramente desorientados, para poderem usufruir do prazer de se relocalizarem. Objectivo similar a bater com a cabeça na parede, para depois sentir o prazer de parar! Armados com um mapa e uma bússola eles partem à descoberta duma dúzia de pontos na floresta, numa espécie de rally pedestre, mas com um papel colorido na mão. Para os pontos de controlo são escolhidos elementos recônditos da área, tais como pedras, colinas, junções de caminhos, vedações, postes de alta tensão ou mesmo uma qualquer árvore isolada. Porque a "tal"  árvore pode parecer exatamente igual à do lado (para o principiante, claro), o traçador de percursos pendura lá um prisma triangular laranja e branco, para que os participantes saibam que a “especial” é mesmo aquela!

Os mapas de Orientação são como as cartas militares, mas feitas para a Rua Sésamo. Para não complicar as nossas cabecinhas, nem é preciso calcular declinações magnéticas para as usar. As "linhas do norte" nos mapas de Orientação são completamente inúteis, quer seja para encontrar o shopping mais próximo ou mesmo o Mosteiro dos Jerónimos, porque na verdade as linhas não apontam o norte! Pelo menos não apontam o Norte verdadeiro. Em vez disso apontam para um ponto inóspito, desolado e assolado pelo vento nas ilhas árticas canadianas - o polo norte magnético! E sim eles cartografam uma ocasional árvore, bem como outros elementos menores com os quais o topógrafo convencional não perderia qualquer tempo, tais como troncos, buracos, formigueiros, bombas de incêndio e manjedouras. Alguns deles com nomes que espantariam qualquer escuteiro, tal como reentrância (um vale), esporão (crista do monte) ou colo (espaço entre colinas).

Para além de usarem um mapa mais detalhado do que o Hansel e a Gretel precisariam para encontrar a sua casa, os praticantes de Orientação até usam bússolas sem marcas de graus, nem rosa-dos-ventos. Eles apenas se preocupam com a localização do norte magnético (lembram-se das ilhas inóspitas?). Armados desse conhecimento exotérico podem orientar (daí o nome do desporto) o seu mapa para o alinhar com o terreno. Então, em vez de ir para o bar ou pastelaria mais próxima, eles desaparecem na floresta à procura dumas marcas laranja e branco, num quadrado com 30 cm e com três lados. Nessa altura vocês pensarão que eles são recompensados pelos seus esforços, com algo saboroso como um ovo da Páscoa ou o pote de ouro no fim do arco-íris. Não, em vez disso, eles enfiam um chip num orifício para provar que estiveram lá. Pois é, eles têm que provar que estiveram lá porque ninguém no seu perfeito juízo alguma vez lá iria. Não estamos a falar apenas de montanhas majestosas, mas sim muitas vezes de autênticos “cus de judas”.

Livres de escolher o trajeto que quiserem, eles frequentemente evitam a opção lógica das estradas ou mesmo dos caminhos. De facto, novamente de acordo com as regras internacionais, os traçadores de percursos esforçam-se por tornar a opção mais rápida, na de mais exigente e difícil navegação. Assim, eles são atraídos para escolherem a linha mais curta entre dois pontos, que passa invariavelmente por declives acentuados e vegetação cerrada e espinhosa, muitas vezes as mal-amadas silvas, conhecidas por não ceder os seus frutos sem dar uma luta sangrenta.

Já mencionei a água? Daquele tipo que a vossa mãe avisou para evitarem quando eram crianças. Charcos, pântanos e lama, carradas de lama. De acordo com a tradição oral, nunca uma prova de Orientação foi cancelada devido ao mau tempo. Sol ou chuva ganha outra importância quando não podes pegar no cesto do picnic e abrigares-te no carro. Reza a lenda, que algures para os lados de Estarreja, até já se realizou uma prova com um incêndio a lavrar na mesma floresta e que mesmo assim só ficaram por controlar os pontos que arderam!

Os percursos dividem-se por níveis de experiência, com uma duração que varia entre 20 e 90 minutos. A única recompensa qe recebes por evoluíres tecnicamente, é que terás que percorrer uma distância cada vez maior! Na Orientação todos têm o mesmo objectivo, que é chegar rapidamente à meta que, para manter a retorcida lógica escandinava, se situa o mais próximo possível da partida! Para além disso, quanto melhor és a nível técnico, menos emocionante se torna a Orientação, já que os pontos não aparecem de surpresa… tu já sabes que eles estão naquele local, ainda antes de os veres. Mais grave ainda é que, em vez de fazeres uma festa ao ver a baliza, como qualquer apaixonado que se preze, ainda nem viste o ponto de controlo e já estarás a pensar no seguinte!

A Orientação é apresentada como o "Desporto com pés e cabeça"! Mas afinal onde é que eles tinham a cabeça?

Se ficaram curiosos para perceber qual as razões que levam estes doidos a voltarem sempre para mais Orientação, podem visitar o site do Académico de Torres Vedras (www.atv.pt) ou o da Federação Portuguesa de Orientação (www.fpo.pt).

Adaptado a partir de um artigo de Robert Miller (USA)

domingo, 19 de dezembro de 2010

Curvas de Nível Mestras

Exemplo de mapa com curvas de Nível Mestras 

Como decerto a maioria de vocês sabe, existem umas curvas de nível "especiais" que se designam por mestras, que são em tudo iguais às normais, apenas se distinguindo graficamente por terem uma linha mais larga. As curvas de nível mestras aparecem de 5 em 5 (uma mestra, quatro normais, outra mestra) e  permitem avaliar a altitude duma colina ou encosta com maior facilidade, pois é possível contar apenas as curvas de nível mestras, multiplicando depois o número encontrado por cinco, e novamente pela equidistância (distancia na vertical entre curvas de nível).

O desafio que vos lanço abaixo consiste em assinalar quais as curvas de nível que são mestras, tendo em consideração a que se encontra no canto superior esquerdo da imagem. Já lancei este desafio aos atletas do meu clube e alguns outros amigos e até agora ainda ninguém conseguiu assinalar todas. Assim quem quiser aceitar o desafio pode dizer em comentário ou enviar-me por e.mail, o número de curvas de nível mestras que conseguiram assinalar. A quem me responder por mail, envio uma imagem com a solução, que posteriormente irei disponibilizar aqui também.

Divirtam-se!

Sim.. eu sei... gostavam de fazer um percurso aqui... mas este terreno só existe na minha imaginação!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Cogumelos para todos os gostos.


Já por várias vezes pensei que apanhar cogumelos enquanto estou a cartografar, seria um bom complemento financeiro para a minha actividade. Encontro muitos cogumelos no campo, mas infelizmente não conheço quais são os comestíveis e com as frequentes noticias de envenenamentos na sequência da sua ingestão, acho que é melhor continuar a me limitar a fotografa-los. Aliás tenho um pressentimento que aqueles que são mais fotogénicos serão também os mais venenosos. Por outro lado também é verdade que todos os cogumelos são comestiveis... pelo menos uma vez!

Rituais de magia negra!

Nas minhas deambulações pelas florestas encontro com alguma frequência vestígios de rituais de magia negra. Alguns são bastante elaborados, existindo claramente algumas correntes distintas. O exemplo acima é típico da Região Oeste, sendo encontrado em encruzilhadas de caminhos, chegando por vezes a ter várias dúzias de cravos espalhados pelo chão. Os mais elaborados tem vários outros ingredientes, sendo os mais frequentes: garrafas de cachaça ou aguardente, charutos, chouriços, leite condensado, fruta diversa (chegam a ter mais de 6 frutas diferentes), muito milho e têm sempre diversas velas.

Alguns são mais personalizados, como este exemplo que encontrei na Serra de Sintra, área por excelência para este tipo de rituais. Nestes casos é normal encontrar escrito qual a finalidade concreta do ritual, decerto para evitar mal entendidos com o Demo. Já encontrei vários pedidos, desde sorte no trabalho, aumento das encomendas na empresa, desejos de sucesso em emigração a realizar em breve, etc. Claro que também os há pela negativa e lembro-me de um em que se desejava que uma certa rival tivesse algumas contrariedades na vida.

Quando estava a converter o mapa de Monsanto-Lisboa para O-BTT, encontrei um local de culto que tinha várias velas a rodear um prato cheio de milho cozido, em cima do qual estavam 5 moedas de 20 cêntimos. Para manifestar claramente o meu desprezo por este tipo de coisas, forcei-me a recolher as moedas, que na primeira oportunidade usei para pagar um café, que me soube a "pato".

Encontrei este exemplar retratado acima em Sesimbra e é dum requinte assinalável. É de facto muito agradável chegar ao local de trabalho e ser presenteado com um cesto de fruta desta qualidade, devidamente acompanhado duma garrafa de champanhe. Para além dos vários géneros alimentícios tinha ainda: um colar, uma pulseira, um par de brincos, um pente, um espelho, um frasco de perfume, um batom e um frasco de perfume. Na mesma área eram visíveis vestígios de outros cestos e géneros de rituais anteriores. Confesso que neste caso não fui  suficientemente corajoso para me banquetear com estas iguarias, apesar do excelente aspecto.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Equilibrio periclitante....



Quando estou a cartografar sou por vezes abençoado com paisagens de rara beleza, as quais não resisto a fotografar.

Esta pedra está perto de Arcozelo, num local deslumbrante!

Folgosinho on ICE




No dia 3 de Dezembro fiquei retido durante toda a manhã em Folgosinho, devido ao intenso nevão que caiu na noite anterior. Estava um dia radioso e aproveitei para tirar algumas centenas de fotos, que estão disponíveis (Aqui). Divirtam-se...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Pequeno apontamento da participação no "Terra Incógnita" - Croácia 2003


Croácia “on the rocks”

De facto a imagem mais forte que todos retivemos na memória foi a de campos de pedras e rochas calcárias a perder de vista, uma paisagem árida quase desértica de um branco imaculado. Por vezes ao calcário parecia ser vidrado tendo arestas extremamente cortantes, tornando o caminhar verdadeiramente penoso e arriscado.

O nosso objectivo resumia-se a procurar uma nesga de espaço onde colocar o pé tentando evitar o quase inevitável entorse (felizmente para a nossa equipa que nenhum deles teve gravidade), rejubilando quando encontrávamos um ocasional afloramento rochoso que nos permitia dar dois passos normais, ou melhor ainda os resquícios de um carreiro feito por duas ou três ovelhas erráticas, que alimentavam por breves momentos a esperança de que era desta que iríamos encontrar o caminho tão desejado.

Saltitando de desilusão em desilusão lá íamos progredindo lentamente, sem coragem para olhar ao longe limitando-nos a pensar onde colocar o próximo pé. Não poucas vezes pisámos pedras soltas, que ao se moverem nos desequilibravam, ou que pior ainda se viravam contra nós, atacando as nossas canelas sem dó nem piedade.

Se caminhar neste terreno de dia já era um tormento, de noite as coisas ainda se tornavam mais complicadas, piorando consideravelmente quando o sono se aliava à escuridão, tornando o solo num labirinto de sombras projectadas pelos nossos frontais.

Por vezes, qual cereja no cimo do bolo, atravessávamos áreas com um emaranhado de muros de pedra periclitantemente empilhadas e sem qualquer lógica aparente, que se atravessavam no nosso caminho, tornando a progressão numa verdadeira prova de barreiras. Alguns dos muros ainda tinham o bónus adicional de terem uma linha de arame farpado no topo, tornando a sua transposição muito difícil e perigosa.

Tenho que admitir que não foi fácil resistir ao uso da técnica de derrubar os muros para os passar mais facilmente, que viemos a saber posteriormente, foi usado com “bons” resultados por outras equipas.

Para terminar não posso deixar de manifestar o meu contentamento por não ter ficado minimamente traumatizado por esta provação, para além de algumas nódoas negras claro, e estou seguro que o ódio que senti pelas pedras será facilmente ultrapassado em dois ou três anos!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A minha primeira prova de Orientação

Foi por desafio do Tenente Ferreira que me decidi a experimentar participar na minha primeira prova de Orientação. Foram os 2 dias de Lisboa que decorreram na Herdade da Apostiça - Sesimbra e em Monsanto – Lisboa.

Embora tivesse já bastante experiência com as cartas militares, foi nesta prova que tive o primeiro contacto com um mapa de Orientação. Por não estar familiarizado com as regras da modalidade, desconhecia a existência do “triângulo de partida” pelo que comecei à procura do primeiro ponto muito antes de lá chegar (de facto vi por ali uma baliza sem picotador mas nem lhe liguei muito). 

Com mais ou menos dificuldade lá consegui terminar os percursos, e acabei por me classificar em 3º lugar num escalão Open (ainda lá tenho esse primeiro troféu... na mesma caixa que muitos outros ganhos posteriormente).

Passados alguns meses e uma mão cheia de provas estava a participar no Campeonato do Mundo na República Checa, mas essa já é outra história...

O meu primeiro contacto com a Orientação

A primeira vez que ouvi falar de Orientação foi em 1989, junto à Barragem Marechal Carmona em Idanha-a-Nova. Estava em pleno Curso de Comandos, quando recebemos o palestra do nosso comandante de batalhão o Major Cardoso Ferreira (um dos “dinossauros” da nossa modalidade e posteriormente atleta da Ass. de Comandos), que falou da modalidade duma forma apaixonada, que despertou a minha curiosidade. 

No final da palestra apresentou com imensos elogios o Alferes Luís Sequeira (posteriormente atleta da ADFA), que seria o nosso instrutor de Navegação Terrestre, que por influencia do Major C. Ferreira, tinha muito das regras de Orientação, embora usando é claro as cartas militares.

Após uma explicação sobre a simbologia das cartas e fomos “lançados às feras”, tendo que realizar um percurso nocturno, que terminava no nosso local de acampamento. Não me recordo em pormenor do meu desempenho nesta actividade, mas sei que cheguei ao acampamento sem grandes atribulações. 

No nosso grupo éramos cerca de 20 instruendos e com mais ou menos percalços todos chegámos ao fim a horas decentes, excepto o nosso camarada (sim porque colegas são as p....) Cláudio Tereso (agora atleta do ATV), que após um encontro com o que apelidou de “bicho bufador” (pela descrição concluímos que seria uma vaca), subiu a uma árvore tendo lá ficado até ao nascer do dia, quando acabou por ganhar coragem para descer e se dirigir ao acampamento. 

Foi com surpresa que vários anos depois voltei a encontrar o Tereso nas Caldas da Rainha durante uma prova de Orientação urbana. Parece que conseguiu superar o trauma dos “bicho bufador”, já que desde aí é um praticante empedernido de Orientação.

Após este primeiro percurso outros se seguiram e eram muito do nosso agrado, pois permitiam-nos alguma folga da disciplina rígida a que estávamos sujeitos...
(penso que eu sou facilmente reconhecível na foto pelo porte musculado, mas mais difícil é reconhecer o Cláudio Tereso, que é o que vem imediatamente atrás de mim e está mais afastado, à minha esquerda)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Para o bem ou para o mal?

Quando estou a cartografar em áreas urbanas é normal ser abordado pelos "indígenas", que me questionam a rebentar de curiosidade, usando várias técnicas:

- A maioria pergunta se venho contar a luz, disponibilizando-se a ir facultar o acesso ao contador. Eu uso um Tablet PC para cartografar e sou confundido com um técnico da EDP.

- Alguns abordam-me de forma brusca e intimidatória, achando que eu ando a rondar com más intenções. A estes respondo no mesmo tom dizendo que se querem saber o que estou a fazer basta que me perguntem, que terei todo o gosto em responder;

- os restantes perguntam simplesmente o que estou a fazer. Entre estes destaco os jovens que não resistem a olhar para o monitor do Tablet.

A todos eles explico que estou a fazer um mapa de Orientação e que dentro de alguns meses vão ter muita gente a correr por ali. Na sequência disso é normal me apresentarem queixas diversas, achando que eu sou da Câmara.

Recentemente em Peniche fui abordado por uma senhora de idade, que após a minha explicação de estar a fazer um mapa, pensou durante algum tempo e não sendo capaz de entender o que isso implicava, se limitou a fazer a fazer a pergunta mais importante:

"É para o bem ou para o mal?"

Pontapé de saída!

Não sei qual será o rumo deste blog, ou mesmo se ele se vai orientar neste mar de blogs. Vou tentar escrever algumas histórias que me vão acontecendo enquanto estou a cartografar. Mas como devem imaginar é um trabalho muito solitário, pelo que não esperem muitos desenvolvimentos.

Irei também aproveitar para escrever aqui, algumas histórias interessantes que me foram acontecendo em 20 anos de prática da Orientação, e para incuir alguns jogos e curiosidades.
Como indica o titulo do Blog, será quando estou desterrado algures no país, a fazer mais um mapa, que é provável ter mais tempo para escrever aqui.