A primeira vez que ouvi falar de Orientação foi em 1989, junto à Barragem Marechal Carmona em Idanha-a-Nova. Estava em pleno Curso de Comandos, quando recebemos o palestra do nosso comandante de batalhão o Major Cardoso Ferreira (um dos “dinossauros” da nossa modalidade e posteriormente atleta da Ass. de Comandos), que falou da modalidade duma forma apaixonada, que despertou a minha curiosidade.
No final da palestra apresentou com imensos elogios o Alferes Luís Sequeira (posteriormente atleta da ADFA), que seria o nosso instrutor de Navegação Terrestre, que por influencia do Major C. Ferreira, tinha muito das regras de Orientação, embora usando é claro as cartas militares.
Após uma explicação sobre a simbologia das cartas e fomos “lançados às feras”, tendo que realizar um percurso nocturno, que terminava no nosso local de acampamento. Não me recordo em pormenor do meu desempenho nesta actividade, mas sei que cheguei ao acampamento sem grandes atribulações.
No nosso grupo éramos cerca de 20 instruendos e com mais ou menos percalços todos chegámos ao fim a horas decentes, excepto o nosso camarada (sim porque colegas são as p....) Cláudio Tereso (agora atleta do ATV), que após um encontro com o que apelidou de “bicho bufador” (pela descrição concluímos que seria uma vaca), subiu a uma árvore tendo lá ficado até ao nascer do dia, quando acabou por ganhar coragem para descer e se dirigir ao acampamento.
Foi com surpresa que vários anos depois voltei a encontrar o Tereso nas Caldas da Rainha durante uma prova de Orientação urbana. Parece que conseguiu superar o trauma dos “bicho bufador”, já que desde aí é um praticante empedernido de Orientação.
Após este primeiro percurso outros se seguiram e eram muito do nosso agrado, pois permitiam-nos alguma folga da disciplina rígida a que estávamos sujeitos...
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(penso que eu sou facilmente reconhecível na foto pelo porte musculado, mas mais difícil é reconhecer o Cláudio Tereso, que é o que vem imediatamente atrás de mim e está mais afastado, à minha esquerda) |