Embora já não saiba quando usei o SI pela primeira vez, sei que fui um dos primeiros portugueses a fazê-lo e o mesmo se passou com o sistema Emit. Quando foi necessário escolher qual dos sistemas (SIdent ou Emit) iríamos usar em Portugal, eu defendi o SI principalmente por ser mais fácil de usar, embora ainda hoje não esteja certo de ter-mos feito a melhor escolha.
O SI foi usado pela primeira vez em Portugal durante o Congresso da IOF em 1998, na prova que organizámos para os congressistas, no Parque da Pena em Sintra (um destes dias falo-vos deste evento que foi bem curioso). A utilização do SI nesta prova permitiu que os responsáveis pela informática da WorldCup 2000 pudessem contactar pela primeira vez com o sistema, embora ele estivesse a ser operado por técnicos da SI.
No inicio de 2000 recebemos finalmente na FPO o equipamento SI que iríamos usar na WorldCup, muito do qual está ainda em uso agora. Passados uns dias convocámos os melhores peritos nacionais em SI (Armando Rodrigues e João Mota) para, numa espécie de Natal antecipado desembrulhar os presentes, com a inerente emoção à mistura.
Após ser feita a conferência do equipamento, lá avançaram para a excitante fase de testes, tendo começado por instalar o software e posterior ligação da “master” ao PC, que decorreu sem problemas. Seguiu-se a programação de estações para simular um percurso, o que tentaram de todas as formas possíveis e imaginárias sem sucesso. Vai de desligar o PC (já devem ter percebido que esta é a primeira panaceia de qualquer informático que se preze) e voltar a ligar, desligar e ligar de novo a base, experimentar com outras bases, tudo em vão.
Em desespero lá foram ler o manual de instruções, mas nem assim foi possível encontrar qualquer ideia que permitisse obter uma resposta das bases, que continuavam mudas e quedas. Depois de darem muitas voltas à cabeça assumiram, a muito custo, a derrota e resolveram mandar a “mulher” perguntar direcções (neste caso a mulher era eu). Liguei então para o Peter Hedberg da SI e lá expliquei o nosso problema. Só após despistarmos diversas possibilidades é que o Peter me perguntou se “tínhamos acordado as bases?”. Espanto geral na sede da FPO, afinal as bases têm uma costela alentejana e passam a maior parte do tempo a dormir!
O Peter informou-nos então que as bases têm embutido um interruptor electromagnético, que tinha que ser ligado com recurso a um íman cilíndrico, que vinha junto com o restante material. Em defesa dos nossos experts, declaro por minha honra, que a existência desse interruptor não é de forma alguma perceptível ao olhar para as bases. Ultrapassado esse obstáculo, tudo funcionou na perfeição e pouco tempo depois já estávamos a fazer percursos de picotagem, para ver quem conseguia ser mais rápido.
Posteriormente este “Iman” proporcionou mais alguns momentos de pura adrenalina, a algumas organizações de provas, por ter sido perdido… Lembro-me de algumas destas situações, mas lanço o desafio aos seus protagonistas, que aproveitem este espaço para exorcizar eventuais tensões traumáticas que ainda possuam.
PS: agora as bases já não precisam de ser acordadas, pelo que o “Iman” se tornou obsoleto…
Muito bom...como sempre!
ResponderEliminarAbraço,
Miudo
Olá,
ResponderEliminarBoa CA.
Sabes qual foi a prova em que ele foi usado pela primeira vez? Ou queres ver a minha agenda. O uso do sistema eletrónico permitiu um ligeiro melhoramento dos tempos e menos “burreganço”. Pois, permite manter o mapa orientado (conforme com o terno)quando se controla.
Da parte técnica não tenho conhecimento, agora da parte prática... lembro-me que na primeira prova com SI fui ver umas quantas vezes a hora de partida - já não tinha o cartão para consultar :p;
ResponderEliminarpor algumas vezes durante a prova que fiquei com dúvidas de qual era o próximo ponto a picar. Enfim, foi mto giro... como as coisas evoluem :)
Fátima Saraiva