Após os brilhantes resultados do Sousa no passado fim-de-semana e em particular a sua vitória na prova de Estafetas, não pude deixar de recordar que ele também ganhou o primeiro Campeonato Nacional de Estafetas, que se realizou em Mafra, na longínqua época de 93/94. Nessa altura representava a Associação de Comandos e fez equipa com dois ilustres desconhecidos: Paulo Alípio e Luís Sérgio...
Mas para contar esta história como deve ser, tenho que recuar mais um pouco no tempo, até ao ano de 1991 quando me cruzei pela primeira vez com o recruta Sousa, numa altura em que era instrutor do Curso de Comandos. Digo que me cruzei com ele e certamente aconteceu, mas disso não guardo memória, pois ele era apenas mais um de 300 vermes que por ali rastejavam.
Só uns meses mais tarde, já ele era 2º Cabo é que o Sousa passou de facto a existir para mim, quando nos cruzamos (neste caso seria mais correcto dizer quando nos chocámos) num treino de Orientação. Estava a aproximar-se o Campeonato interno de Orientação e o comandante da CC124 (Cap. Bartolomeu) pediu-me para preparar um treino com carta militar, em Belas.
O Sousa foi um dos participantes no treino e no final apercebi-me de algum burburinho (que como já repararam sempre há à sua volta), relativo a um ponto que teria desaparecido. Lembro-me que nessa altura fui verificar o cartão do Sousa e percebi que um dos picotados não tinha sido feito com o respectivo picotador (aqui há alguma divergência nas nossas versões, já que ele afirma que foi ele que me informou disso. Ora como todos sabemos a história é escrita pelos mais poderosos, logo como eu era Oficial e ele apenas Cabo, prevalece a minha versão).
Seja como for, numa coisa estamos os dois de acordo: como não encontrou o ponto, ele resolveu a situação "copiando" o picotado de outro participante (ele diz que desmontou um picotador e usou um dos picos), mas quem já controlou picotados sabe que não é possível replicar dessa forma o picotado, já que sem o buraquinho por baixo os seus bordos ficam irregulares.
À custa dessa atitude ele acabou por ficar fora da equipa da Companhia dele, atrasando assim o inicio da sua brilhante carreira na Orientação. Algum tempo depois disso acabou por integrar a equipa do Regimento de Comandos da qual eu era treinador (também foi aí que o Paulo Alípio se iniciou). Na sequência desses treinos, ele ainda hoje tem a delicadeza de dizer que eu lhe ensinei tudo o que sabe, mas claro que isso é um exagero da parte dele, já que por exemplo eu nunca lhe ensinei qualquer asneira!!!
Seguiram-se inúmeros sucessos nas provas militares e como já referido a vitória no CN. de Estafetas de 93/94. Posteriormente voltámos a ganhar de novo as Estafetas em 96/97, na Lagoa de Óbidos.