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terça-feira, 24 de maio de 2011

Tenho uma nóda no peto ai ai; de me encostar ao cajado!

É impossível deixar de reparar nas várias formas de analogia entre a Orientação e a actividade da pastorícia. Isto fica claramente patente em diversos termos usados na nossa modalidade, quer para designar os praticantes, quer os seus desempenhos (curiosamente apenas os negativos).

De seguida vou referir os mais frequentes e respectivos significados:

Pastor - refere-se àquele que pasta (não ao que pastoreia), pretendendo dar a entender que fruto de erros de navegação acabou por percorrer muito "pasto"; corruptela do termo pastador (ou pastista...;o), que seria o mais correcto;

Rebanho - grupo de praticantes que se desloca em grupo, podendo ou não cooperar entre si. Como em qualquer rebanho há uma tendência para seguir o líder, mesmo quando ele se engana;

Manada - idem;

Carneirada - idem; expressão também em uso no Brasil, pois em tempos ouvi um brasileiro se referir a dois atletas tugas como: "Carneirada... de onde um tira o pé o outro põe!!!";

Pastar - acção de deambular no terreno sem sabermos exactamente onde nos encontramos. Os mais preparados usam as já aqui publicitadas técnicas do Quadrado e Caracol;

Chegar de barriga cheia - refere-se àquele que pastou muito;

Borregar - acto de falhar, normalmente por não encontrar o ponto.

No meio militar e em particular nos Comandos, rapidamente esta analogia teve materialização física, pelo aparecimento de cajados que, como se sabe, são uma ferramenta indispensável a qualquer pastor que se preze. Assim, era normal que um praticante que "pastasse" numa prova, fosse presenteado à chegada com o merecido cajado, que ele ostentava com muito embaraço.

Nos Comandos esta tradição foi levada mais longe e era criado um cajado para cada período de treinos. Após cada treino/competição o cajado ficava na posse daquele que tinha tido um melhor desempenho pastoril, e que assumia assim a incumbência de contribuir para a sua decoração. Esta era uma honra que ninguém ambicionava, já que quando regressávamos ao Regimento, o portador do cajado era alvo de chacota por parte dos restantes militares com quem se cruzava (havia sempre um de nós por perto para explicar a tradição).
Nas fotos podem observar um desses exemplares que ficou na minha posse (garanto-vos que isso não aconteceu por desempenho pastoril). Como podem ver o cajado foi acumulando várias gravações, sendo de destacar que uma delas até especifica quais os pontos que provocaram essa distinção. Alguns, numa clara demonstração de humildade gravaram o próprio nome; outros, mais reservados, apenas gravaram as suas iniciais.

Há muito tempo que não vejo alguém com um cajado...
Será que já não há pastores?
Porque não reavivarmos esta tradição e passar a atribuir também um cajado na entrega de prémios?

2 comentários:

  1. Comentários da fonte...de facto, é da mais elementar justiça...
    Gosto deste artigo e gosto do blog em si. Adoro as "Istórias"!
    Obrigado.
    1 Abraço,
    Miúdo (tu sabes...)

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  2. Acho que haverá muitos canditatos a esse cajado tão "desejado".
    Será uma tarefa ardua atribuir o prémio :-)
    Maria

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